sexta-feira, 2 de julho de 2010

Hertzberger+Jane Jacobs+Intervenções em vagas de estacionamento

Analisando a participação do arquiteto como criador e articulador dos espaços, percebemos sua importância e a importância do compromisso com seu papel na sociedade, a medida que sua atuação estará sempre influenciando, de alguma maneira, na situação das pessoas. Em Lições de Arquitetura, Hertzberguer nos mostra como a arquitetura, ou “tudo que se constrói”, pode desempenhar um papel na vida das pessoas.

As intervenções nos ambientes utilizados pelas pessoas, sempre repercutem de alguma maneira em suas relações sociais, de maneira que não se tem total liberdade para criar e projetar livremente. Seus projetos precisam estar sempre adequados às várias situações possíveis, pensando nas conseqüências que trará as pessoas.
O autor destaca a importância de se pensar os espaços e suas diferentes formas de uso, expandir as possibilidades do seu projeto, tornando-o mais útil e organizando os ambientes para que sejam, mais que favoráveis ao seu objetivo, favoráveis a vários objetivos.

Criando espaços adaptados demais a um objeto, corremos o risco que ele se torne exclusivo àquele fim. Nesse sentido Jane Jacobs traz uma crítica em seu livro “Morte e vida das grandes cidades”, aos pensamentos modernistas para as cidades, afirmando a necessidade de se buscar uma diversidade urbana, abrir espaço para que novas funções possam gerar presença de pessoas em diferentes horários, ao contrário da separação funcional adotada pelos urbanistas modernos da época.

Jane aponta, nos capítulos sobre os usos das calçadas, as maneiras de se apropriar dos lugares mostrando como espaços podem ganhar diferentes funções de acordo com as necessidades e possibilidades percebidas por seus usuários.

Pensando no caráter multifuncional que os ambientes podem possuir e nas diferentes formas de apropriação dos espaços, é possível analisar a proposta de diferentes utilizações para as vagas de estacionamento, que quando explorada a fundo oferece interessantes alternativas para espaços que a princípio se encaixam perfeitamente nos conceitos abordados por Hertzberger, espaços que aparentemente existem para um objetivo específico e são inadequados para outros fins.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Magnolia Row - David Baker

Casa modelada para o Caderno Técnico...

Receita Horta Urbana


Para o Caixote de madeira
Material:
• 2 tábuas de 0,15m de largura e 0,02m de espessura
• 1 folha de madeirite
• Pregos
• 4 Rodas que suportem 30kg
• 16 Parafusos
• Tela fina

Ferramenta:
• Serrote
• Martelo
• Furadeira
• Chave de fenda ou chave filips

Modo de execução
A tábua tem 3,0m de comprimento (padrão) então se deve cortar uma delas em dois pedaços de 1,5m e a outra em dois pedaços de 0,40m. Logo após pregar essas tábuas umas nas outras formando uma moldura de 1,5m x 0,40m x 0,15m e depois deixar em um canto.


O madeirite tem a dimensão de 2,2m x 1,1m e deverá ser cortado no tamanho 1,5m x 0,40m para depois ser pregado na moldura. Vire o caixote pronto e fure o fundo com a broca de 0,02m para que a água do canteiro escorra, a quantidade de buracos é indeterminada, pode ser ao seu gosto.

O próximo passo é colocar as rodinhas, com o caixote ainda virado. A roda deve ficar a 0,08m da extremidade em relação ao lado mais comprido e 0,20m da extremidade em relação ao lado mais estreito.

Desvire o caixote e tampe os buracos feitos com telas para que a terra não caia. Pronto, ele está pronto para receber a horta.

Para ocupar uma área de 5,0m x 2,5m são necessários seis caixotes como esses.

Plantando a horta
Pensando em uma maior durabilidade dos caixotes, eles podem ser forrados por dentro com plástico, por exemplo, para que a água e a terra não entrem em contato direto com a madeira, lembrando de fazer também os furos no plástico, para que a água possa escoar. Para o plantio das hortaliças são necessários em média 15 kg de terra para cada caixote. O primeiro passo é espalhar a terra até uma altura de aproximadamente 10 cm, adicionar cerca de 2 kg de esterco e em seguida deixá-la bem úmida. Podem ser plantadas mudas ou sementes, as sementes são facilmente encontradas em feiras, lojas de produtos agrícolas ou mesmo supermercados. Cada semente possui uma maneira de plantio, geralmente as sementes são espalhadas em fileiras com espaçamento de 40 cm entre elas e com apenas 1cm de profundidade, mas estas indicações geralmente aparecem na própria embalagem das sementes.

O tempo para o crescimento também varia de hortaliça para hortaliça. Por exemplo, a alface brota em mais ou menos 6 dias e já a couve demora um pouco mais para brotar, em média 10 dias.

Para o plantio de mudas, cave uma pequena cova e coloque a muda com cuidado, evitando a quebra de raízes, cobrindo a base com um pouco de terra. Aperte levemente a terra ao redor da muda para acomodá-la.

Com o plantio concluído é só escolher a localização onde a Horta Urbana será instalada e arrastar os caixotes com cuidado até o local escolhido. É importante para as plantas pegarem um pouco de sol pela manhã ou final da tarde, o sol muito forte pode prejudicá-las. Lembre-se que a rega é altamente recomendável, sempre que possível. Mas, nos primeiros dias devemos regar bem, porém com uma lâmina bem fina de água, nunca jogando jatos diretamente sobre as sementes ou mudas


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Inhotim

Inhotim é um espaço único onde a arte divide a atenção com paisagem, composta por uma extensa área de jardins botânicos com uma coleção de espécies raras e um acervo artístico de grande importância. Obras de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidas em galerias espalhadas pelo espaço de 486 mil m² e divididas em galerias permanentes e temporárias.

Com foco na arte contemporânea produzida a partir dos anos 1960 até hoje, o acervo abrange escultura, instalação, pintura, desenho, fotografia, filme e vídeo.

O espaço em Inhotim apresenta uma articulação diferenciada para abrigar sua função de museu apresentando a ausência de um percurso linear preestabelecido ou de ordem obrigatória. As trilhas propõem percursos livres, com curvas ou passagens que trabalham com a surpresa, despontando subitamente novas perspectivas.Outro diferencial deste espaço museológico é a proposta de diferentes espaços expositivos, a medida que as obras estão expostas ao ar livre, espalhadas pelos jardins e vários outros ambientes a céu aberto ou nas galerias, espaços fechados construídos especialmente para abrigá-los, o que proporciona uma experiência única com esse misto de espaços abertos e fechados.


Galeria permanente que reúne exclusivamente obras da artista plástica Adriana Varejão.

Exposição temporária Continente Nuvem da artista Rivane Neuenschwander.

“RIVANE NEUENSCHWANDER CONTINENTE/NUVEM 2008
A obra de Rivane Neuenschwander está instalada numa pequena casa de fazenda de 1874, a mais antiga construção remanescente da propriedade rural que deu origem ao Inhotim. Continente/Nuvem (2008) é uma obra cinética que ocupa totalmente o teto da casa. A obra consiste em pequenas bolas de isopor que se movem aleatoriamente sobre um forro transparente, ativadas por circuladores de ar. Esse estímulo cria formas abstratas monocromáticas que aludem ao mesmo tempo a mapas e ao movimento das nuvens no céu.”


Conta também com diversas obras de arte espalhadas pelos jardins, expostas a céu aberto.

“EDGARD DE SOUZA ESCULTURAS
Para Inhotim, o artista criou uma instalação a partir de três de suas esculturas mais importantes, agrupando-as pela primeira vez em meio ao jardim, formando uma espécie de piazzetta. Executadas ao longo da última década,
estas estátuas de bronze representam uma figura masculina baseada no corpo do próprio artista, em poses abstratas, impossíveis e fragmentadas, evocando a história da arte e dos jardins e um paraíso perdido.”

A variedade de plantas faz de Inhotim um local onde se encontra uma das maiores coleções botânicas do mundo contando com espécies raras. Parte do projeto paisagístico foi criado pelo paisagista Burle Marx que está ligado ao movimento da Arquitetura Moderna Brasileira, iniciado nos anos 30, que trouxe para os seus projetos ,não apenas em Inhotim, grande número de plantas nunca utilizadas anteriormente, e com a característica de explorar as cores das plantas e também outros materiais que compõem um jardim como pedras, água e areia entre outros. Atualmente são cultivadas, no jardim botânico Inhotim, mais de 4.000 espécies de plantas. Essa diversidade de espécies vegetais faz do Inhotim um espaço único, tornando-o um excelente ambiente para a difusão de valores ambientais e promovendo a sensibilização popular pela preservação da biodiversidade.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Disse que me disse...

Móveis em papel
Ter móveis em papel ou papelão é a última tendência do mercado decorativo. A onda ecológica do politicamente correto tem pesado na escolha dos consumidores, levando empresas e arquitetos a buscar soluções inovadoras e ecológicas. A demanda por móveis em papel e papelão reciclados são indício da necessidade de se buscar alternativas que não afetem tanto a natureza.

Cadeira de Frank Gehry

A praticidade das peças é outro ponto a favor do novo material, que podem ser dobráveis que podem ser guardadas com facilidade economizando espaços.

As peças produzidas com papel reciclado são criativas e fáceis de limpar, pois são impermeáveis, muitas vezes são leves, mas tão resistentes quanto a madeira e sua montagem não necessita de qualquer ferramenta para ser concluída.


Mesa de David Graas

“Só que as peças precisam de cuidados especiais pois, apesar de serem resistentes, tem a sua durabilidade muito menor se comparadas a outros tipos de materiais, além de oferecer pouca resistência à umidade.”

Cadeira Flexible Love


A cadeira Flexible Love é uma invenção do designer de Taiwan Chishen Chiu, que se inspirou num acordeão, aquele instrumento musical sanfonado. Feita com madeira e papel, ela é 100% reciclável. Com seu formato, se adapta a qualquer tipo de ambiente, e é vendida em outros modelos e tamanhos.

Vídeo

Site

Outros trabalhos:

David Graas

Waybasics

Paper.art

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Alguns Projetos de Archigram

Walking City


Walking City ou Cidade Andante é uma proposta de uma cidade nômade em que a infra-estrutura urbana não estaria vinculada a um local específico. Uma arquitetura sem fundações e sem raízes, constituída por grandes estruturas com pernas, que se deslocam em constante movimento. Uma cidade sem lugar fixo, adequada para viajantes e nômades.

Abandonando as fronteiras e os limites em favor de um estilo de vida nômade com edifícios itinerantes que viajam por terra e mar, possibilitando que culturas diferentes e informações sejam compartilhadas.



Batiment Public


Projeto para a construção de um parque de diversões público em Monte Carlo, Mónaco, foi o projeto vencedor do concurso lançado pelo principado de Mônaco em maio de 1969. O que fundamentalmente destacava a proposta do Archigram era a decisão de enterrar o edifício, construindo em subsolo todas as partes definitivas deste equipamento e deixando livre o terreno para que um parque público pudesse ser oferecido à comunidade.

A parte subterrânea seria tecnológica. O concurso previa que o epreendimento deveria ter um caráter multifuncional, com um edifício que pudesse ser utilizado para praticamente qualquer atividade, como realização de espetáculos artísticos, shows, circos, exposições, festas e recepções, eventos esportivos. A questão foi resolvida repartindo os serviços e facilidades em um conjunto de elementos pré-fabricados móveis.

“O que Archigram propunha era um “edifício-instrumento”, um esquema que partia da idéia da “caixa de ferramentas” escondida sob o parque, que poderia ser manipulada de múltiplas maneiras para transformar-se em “praticamente qualquer coisa” (Archigram, 1972). A cota mínima edificada deveria coincidir com o nível do mar, e o edifício se desenvolveria basicamente em pavimento único.” (http://www.arquiteturarevista.unisinos.br/pdf/ART01_Cabral.pdf)

Sobre o grupo Archigram

“O Archigram surgiu a partir de alguns estudantes de arquitetura e urbanismo recém graduados que se reuniram para publicar uma revista ilustrada de caráter contestatório e provocativo, também denominada Archigram. Um nome que vem da junção entre as palavras architecture e telegram. A idéia era lançar uma publicação que fosse mais simples e mais ágil que uma revista comum e que tivesse a instantaneidade de um telegrama. Esta publicação mesclava projetos e comentários sobre arquitetura com imagens gráficas, cuja referência vinha do universo pop da TV, do rádio e das histórias em quadrinhos, como os space-comics, por exemplo. A linguagem utilizada na programação visual da revista era a da bricolage, através da justaposição de desenhos técnicos, artísticos, fotografias, fotomontagens e textos. Com esta publicação eles instauraram uma crítica irônica e radical às convenções e aos procedimentos estabilizados. Os questionamentos levantados em seus artigos eram uma reação contra a obviedade e a monotonia no processo de representação e de criação arquitetônica.

Segundo Dominique Rouillard, o Archigram foi talvez o primeiro grupo de arquitetos a se lançar no mercado como um produto da mídia. A arquitetura do grupo Archigram era pensada como um fenômeno de comunicação e representada através de diversos recursos comunicacionais. As idéias, propostas e objetos arquitetônicos criados pelos seus membros foram difundidos de maneira estratégica. Além da revista, eles propagaram o resultado de suas criações em exposições, através de happenings, instalações e outros meios que hoje são comuns, mas que na época era o que havia de mais novo no universo das artes e das comunicações. Eles souberam como nenhum outro profissional da época traduzir seus projetos e idéias em linguagem contemporânea (2).” (http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.048/585)


Site Archigram: http://archigram.westminster.ac.uk/

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Uso de Ruas

As ruas das cidades vêm se transformando em grande avenidas onde os carros passam em alta velocidade e os pedestres (também) correndo passam com medo. A imaginária dependência de automóveis que toma conta das cidades revelam a necessidade atual da criação e promoção de novos modelos, que sejam menos dependentes de carros e que permitam, além da livre escolha para o meio de transporte que se vai utilizar, uma maior valorização do espaço urbano por parte das pessoas.
Alguns projetos vêm tentando pensar a Rua não apenas como locais de passagem, onde os carros são os protagonistas, mas talvez um pouco mais como ambientes de convivência, agradáveis e realmente parte de suas vidas.

Alguns alegram as ruas de forma simples, detalhes que fazem a diferença para o ambiente interferindo nos espaços públicos através de manifestações artísticas:

• Projeto Piano de Rua - Play Me, I’m Yours (Toque-me, Sou teu): Implanta pianos pela cidade, os quais podem ser manipulados por qualquer pessoa.

http://www.pianosderua.com.br/

• Exposições nas ruas: grande interação com o público e fácil acesso.

Exposição “caxinas” na Vila do Conde, Portugal, em 2009


http://margaridaribeiro.wordpress.com/2009/04/03/caxinas-em-vc/

Exposição permanente na rua, na pequena cidade de Mulhouse, Alsácia, França.

Outros projetos são mais ousados, como o Vaga Viva, que ocupa a vaga para estacionamento de um carro transformando-a em um espaço público voltado para a convivência, o lazer e áreas verdes, provocando uma reflexão sobre a ocupação do espaço urbano da cidade, que cada vez mais privilegia os automóveis, roubando as áreas urbanas para transformá-las em vias, viadutos, estacionamentos e etc.


Mais imagens do projeto:
http://www.transporteativo.org.br/site/IMG/VagaViva2007/index.html

A cidade de Vauban, na Alemanha, é exemplo de como é possível ter ruas sem carros. Nas ruas de Vauban só transitam pedestres e algumas bicicletas, ter automóveis é permitido, mas não há lugares para estacionamento. “As ruas de Vauban são completamente "livres de carros" - com exceção da via principal, onde o bonde para o centro de Freiburg passa, e algumas ruas nos limites da comunidade. É permitido possuir carros, mas há apenas dois lugares para estacionar - amplas garagens nos limites do complexo, onde um dono de carro compra uma vaga, por US$ 40 mil, além da casa.” (http://ecochannel.blogspot.com/2009/05/oradores-de-cidade-alema-sonham-com.html).

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Revista Manuelzão

Edições de números 12 e 51


A Edição n°12 da Revista Manuelzão é do mês de Julho de 2000, um pouco antiga mas com temas ainda atuais.

Um dos assuntos tratados foi o hábito que algumas pessoas têm de jogar animais mortos nos rios o que prejudica o meio ambiente e a população, à medida que suas carcaças atraem bactérias decompositoras, as quais consomem o oxigênio da água prejudicando os peixes e outros animais aquáticos. As carcaças também podem transmitir, através da água, doenças aos que moram próximo ao rio. Flávia Fontes e Sílvia Araújo apontam na reportagem, o destino certo para esses animais, que devem ser incinerados ou enterrados em covas fundas, sendo que a maioria das prefeituras conta com um serviço de recolhimento dessas carcaças, uma outra alternativa. Em reportagem as estudantes de Comunicação (na época) tratam sobre um Fórum de Educação Ambiental em Ribeirão das Neves que destacou diversos problemas ambientais da região do Ribeirão da Mata, além de discutirem diversas propostas para a conscientização ambiental nas escolas e comunidades. Foi também uma boa oportunidade para divulgação do projeto Manuelzão. Alguns dos problemas ambientais da região de Ribeirão da Mata apresentados na edição, que são comuns a várias áreas:

  • “Assoreamento da bacia devido à exploração de areia nos afluentes do Ribeirão da Mata.
  • Destruição da paisagem natural por causa das fábricas de cimento e cal.
  • Grande concentração de focos de erosão (as áreas mais afetadas são as sub-bacias dos Ribeirões das Areias, na cidade de Rib. das Neves, e do Palmital, em Esmeraldas).
  • Poluição dos cursos d’água por esgotos domésticos e industriais não tratados (apenas 20% dos 10 municípios contam com equipamentos para tratamento de esgoto).
  • Poluição atmosférica ocasionada por ineficiência ou inexistência de filtros, queima de pneus e tráfego de veículos.”


Em “Buenópolis e Manuelzão: um novo encontro”, Marina Torres fala sobre Buenópolis e como no município ainda é possível perceber os rios de águas claras, “onde lavadeiras fazem seu trabalho e crianças brincam despreocupadas”. Ela destaca o interesse que a população local tem pelos assuntos ambientais, demonstrado pela sua grande participação no Seminário que ocorreu no município. A população enfrenta alguns problemas sérios como a falta de tratamento de água e as precárias condições do sistema de distribuição, mas traça um Plano de Ação para ajudar onde pode, como na conscientização da população através de palestras e reuniões, implantação de sistemas de coleta seletiva de lixo, projetos de reciclagem oferecendo à população oficinas e cursos de reciclagem, ações na mata ciliar, replantando espécies nativas, programas de adoção de rios para recuperação e preservação e outros. Outro que também possui alto grau de conscientização por parte dos moradores é o município de Cuiabá que, como mostra Carlos Eduardo, consegue evitar grandes danos ambientais com práticas de reutilização de embalagens descartáveis e reaproveitamento de material orgânico como adubo em plantações, mesmo sem contarem com um serviço de coleta seletiva. Campanhas promovidas pela prefeitura e por organizações não-governamentais ajudam na conscientização através de peças teatrais e gincanas com provas e brincadeiras que abordam as questões ambientais de maneira criativa e divertida.


Em um conjunto de reportagens sobre o lixo é apresentado a importância da integração no tratamento do lixo, que não pode ser atribuído somente a um governo ou instituição e sim contar com a colaboração da sociedade, que precisa assumir sua responsabilidade e uma mudança na postura relativa ao destino dos resíduos produzidos. E é nesse sentido que atua o Fórum Nacional Lixo e Cidadania (FNLC), com o desenvolvimento de projetos relativos ao controle e conscientização a respeito do destino do lixo. Outro assunto é o seminário que aconteceu em Itabirito, com objetivo de mobilizar instituições públicas, privadas e população para a questão ambiental da região, através da apresentação de várias alternativas que estão sendo buscadas para a questão do lixo. Fala também da Casa Aristides, em Nova Lima, que trabalha com o problemas da geração do lixo. Oferece oficinas na área artística como criação, desenho, pintura, teatro e música, e integra essas áreas com trabalhos em oficinas de reciclagem, o que resulta em porta-retratos, cadernos, bolsas, roupas e outros. A Casa Aristides atua na conscientização de que é possível aproveitar tudo o que é produzido e abre portas para um futuro profissional através do artesanato.


Na coluna “consCiência” é apresentado um projeto de pesquisa que procura avaliar e monitorar o Rio das Velhas, que surgiu como Projeto Manuelzão e pretende apontar a situação da qualidade de vida, de saúde e da água na bacia, para que possam ser apresentadas propostas de intervenção para revitalização da bacia. O objetivo é compreender melhor os problemas ambientais enfrentados e sua relação com a saúde e qualidade de vida dos moradores. Diversas áreas trabalhariam na compreensão das questões para que resultados positivos como a utilização da água como fonte para irrigação ou para espaço de lazer, hidrovia, turismo e melhor qualidade de vida, sejam atingidos.

A revista conta também com várias outras reportagens, com assuntos interessantes. Vale a pena conferir.


A Edição n°51 da Revista Manuelzão é de maio de 2009, e trás uma discursão sobre um decreto assinado pelo presidente Lula, em novembro de 2008, que define critérios de relevância para a classificação de cavidades naturais, onde apenas as de importância máxima não poderão ser destruídas. O decreto favorece a ação de hidrelétricas, que têm interesse nessas áreas para a construção de barragens, e mineradoras, que fazem a extração de minérios nas cavidades. Antes do projeto todas as grutas e cavernas eram protegidas por lei, o que dificulta o empreendimento desses setores. Essa classificação é polêmica, a medida que cada cavidade tem seus atributos e não há como privilegiar apenas um aspecto. Com o novo decreto, estima-se que cerca de 70%, das 4684 cavidades naturais registradas, poderão ser destruídas. Sem contar aquelas que poderão ser destruídas sem que nunca tenham sido registradas e que poderiam ter sido grande potencial de pesquisa.


Em reportagens sobre os peixes, Humberto Santos e Stéphanie Bollmann começam abordando a mortandade de peixes no trecho o São Francisco no município de Três Marias. Eles explicam que na edição 38 da revista, hà três anos, foi tratado o tema, mas que não existiam dados e pesquisas que confirmassem qual era a causa da morte dos peixes, que continuam morrendo e ainda não existe um consenso quanto às causas. A questão é saber se as águas estão contaminadas, como afirma uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), ou não estão contaminadas, como diz Votorantim Metais, a metalúrgica localizada às margens do rio afirma que nem o rio e nem os peixes estão contaminados por metais pesados. Também não se pode afirmar que essa seja a causa da morte dos peixes. Destacam que todo o esgoto de Três Marias é lançado sem tratamento no córrego Barreiro Grande, que deságua no São Francisco, e também que culturas como a batata e o eucalipto próximos a represa, utilizam agrotóxicos que, com as chuvas, são carreados para o São Francisco. Jessica Soares trata da pesca predatória - aquela que retira do ambiente mais do que ele consegue repor - praticada no Rio das Velhas. A prática pode prejudicar o retorno dos peixes que só foi possível através da instalação de estações de tratamento de esgoto (ETE), o que reduziu o lançamento de matéria orgânica na água. A pesca profissional, destinada a fins comerciais, é proibida desde 1997, mas é prática comum mesmo com a ação da fiscalização, que está coibindo o crime, mas não defendendo a natureza. O que existe é a necessidade de mobilização e instrução dos pescadores, uma educação ambiental envolvendo ribeirinhos e pescadores, pois são eles que vão ajudar a manter o rio.


Na reportagem “Sem tempo, sem espaço”, Pâmilla Vilas Boas fala sobre a proposta do Projeto Manuelzão para chamar a população para formar uma rede de cultura na bacia do Rio das Velhas. A idéia é garantir que a cultura esteja presente não apenas no momento dos festivais como o Festivelhas, mas possam ter continuidade mesmo sem o projeto. E que com o apoio da comunicação, consigam alcançar uma integração entre os artistas e quem sabe uma maior valorização da cultura, como pretendem os artistas que enfrentam muitos problemas com a falta de políticas públicas voltadas para a cultura.


Em reportagem sobre algumas partes do projeto de transposição do São Francisco, é abordado algumas de suas consequencias e como elas afetam a população. Com um projeto de 'revitalização' para o Velho Chico, serão construídas tres barragens, além de uma a ser construida na calha do baixo Rio das Velhas. A principal justificativa para as obras é a de tornar constante o volume de água o ano inteiro, melhorando a navegação e também aumentando as áreas para irrigacão as margens do Velho Chico. Mas os impactos ambientais dessas barragens para a bacia são grandes à medida que as especies aquáticas tem sua vida regulada pelos processos de cheia e vazante, que tendem a acabar com as barragens. Outro problema seria o caso dos peixes não suportarem as alterações químicas e a proliferação de cianobactérias, causada pela pequena velocidade das suas águas, baixo nível de oxigenio e alto nível de nutrientes despejado pelo esgoto. Além disso o projeto da barragem do Velhas preve que um importante espaço fique debaixo d`água, o que afetaria imensamente os moradores do pequeno distrito de Senhora da Gloria, em Santo Hipolito.


Em 'Imaginários em Expedicao' Pamilla Villas Boas fala da importancia não somente das expedições mas também das miniexpedições organizadas para um melhor conhecimento do ambiente tratado e para que a comunidade que vive na bacia do Velhas possa expressar seus desejos, afições e expectivas para a melhoria do rio e de suas vidas. Desperta também a idéia de pertencimento da bacia, através da oportunidade de ouvir o que cada comunidade tem para expressar. Deixando claro para os moradores os vários significados que a revitalização pode representar, a possibilidade de ter o peixe de volta ao rio, ou recuperando as áreas degradadas ou o turismo ecológico, as expedições conscientizam as pessoas da importancia da região em que vivem e estimulam a participação da comunidade nas ações. As miniexpedições possuem temas livres e tempo duração também.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Disse que me disse...

Instalações Flutuantes
“Mais importante que manter a água do lado de fora é dar a ela mais espaço”. Uma casa na água é a última moda. A tecnologia moderna fez da água uma alternativa segura para a expansão urbana em áreas onde o terreno para se construir está ficando escasso e com a terra cada vez mais cara nos Países Baixos, construir na água oferece novas possibilidades.


A empresa Waterstudio.NL apostou na idéia e hoje é uma das empresas especializadas na construção de casas flutuantes, concentrada na arquitetura anfíbia, planejamento urbano e inovação.

Com a idéia de que se pode construir basicamente qualquer coisa na água a Waterstudio.NL tem vários projetos contemporâneas, como uma avenida flutuante de 400 por 20 metros com estruturas que podem subir e descer de 4 metros junto com a maré, projetado para a cidade de Antuérpia (Bélgica), ou um projeto que consiste em aproximadamente 400 casas aquáticas sobre ilhas, projetadas para formar cerca de 80 palavras em árabe, também projetaram um centro de reabilitação flutuante que mede 80 x 40 metros para um cliente de Aruba, que tem um pátio onde pode-se dar lições de mergulho.



A água sempre deve ter uma certa margem de variação, ou seja, as casas devem ser feitas para serem resilientes, ou para retornar à sua forma ou posição original. “Uma casa flutuante sobe e desce junto com o nível da água, deslizando para cima e para baixo ao longo de um conjunto de mourões ou cabos de atracação,” explica o arquiteto holandês Koen Olthuis.

Uma casa anfíbia pode ter dois tipos de fundações, baseadas em duas tecnologias diferentes. A tecnologia holandesa consiste em um recipiente flutuante de concreto que pode ser usado como um nível mais baixo, ou porão. A tecnologia canadense consiste em um recipiente quadrado virado de cabeça para baixo e preenchido com poliestireno, uma estrutura inafundável. A desvantagem do sistema canadense é que ele é relativamente instável. Como os holandeses tendem a construir casas anfíbias compridas que requerem, portanto mais estabilidade, a técnica holandesa freqüentemente é a mais usada.

A tecnologia flutuante tem sido a esperança para algumas ilhas que sofrem com a ameaça de submergirem com a elevação do nível do mar. É o caso das Ilhas Maldivas que assinaram um acordo com a empresa Dutch Docklands/Dutch Watervalley, o qual pretende criar instalações flutuantes como estratégia para lutar contra a elevação da maré que a ameaça a existência do arquipélago, já que nenhuma de suas ilhas possui mais de 2 metros de altitude. Além de uma ilha flutuante, projetada pelo arquiteto Koen Olthuis do Waterstudio.NL, a ilha também promete um centro de convenções e um curso de golfe.


A empresa Dutch Docklands entende de projetos aquáticos e utiliza métodos e materiais que reduzem o impacto na vida marinha e minimiza as mudanças nas costas marítmas, além de desenvolver uma série de instalações flutuantes que evitam que suas ilhas afundem assim como a Atlântida.

Mais sobre projetos de estruturas flutuantes nos sites: www.dutchdocklands.com e www.waterstudio.nl

sábado, 24 de abril de 2010

Proposta de intervenção no Rio Arrudas - 2° Apresentação

A proposta é de adaptação do espaço próximo ao rio para a transferência da Feira de Artesanato que acontece aos domingos na Avenida Afonso Pena. Essa proposta poderia se tornar uma bela alternativa para o problema que a feira vem enfrentando no que diz respeito a sua localização. Há algum tempo, tem se discutido a questão de mudança da feira pra outra avenida, como por exemplo, a avenida augusto de lima, no entanto não se chega um consenso. Portanto, a transferência da feira para a beira do Rio Arrudas poderia solucionar essa discussão, já que esse espaço não influencia tanto na dinâmica da cidade como a Avenida Afonso Pena, que é uma via de acesso muito importante para Belo Horizonte.


A Feira é um importante evento na cidade, um atrativo turístico que valoriza o local onde está inserido à medida que recebe vários visitantes. Com a presença da feira aos domingos o contato das pessoas com o Rio Arrudas será maior, permitindo uma maior valorização do rio por parte dos moradores e dos turistas, que muitas vezes passam pela cidade sem perceber sua presença. Além dessa valorização, a presença da Feira Hippie poderá influenciar no comércio local estimulando o funcionamento do mesmo aos domingos, oferecendo uma melhor estrutura aos visitantes.

Para os feirantes a mudança também pode significar um ponto positivo, pois com espaço adequado seria possível uma melhor organização e fiscalização do evento, já que um dos piores problemas enfrentados por eles é a falta de infra-estrutura para comercialização.

Nos dias de semana o local precisa ser tão atrativo quanto aos domingos, para isso uma solução seria a implantação de parques e quadras poliesportivas, bem como espaços reservados para bicicletas e para caminhada. Nas duas extremidades do espaço reservado à feira seriam instalados bicicletários que, além de cederem um espaço para que os 'bicicleteiros' guardem suas bicicletas, poderiam fazer empréstimos aos visitantes a fim de facilitar a locomoção. A instalação dos parque e quadras não significaria um problema aos domingos, pois os parques estariam em plataformas sobre o rio e as quadras poderiam ser feitas de estruturas desmontáveis para que possam ser retiradas nos dias de feira. Para facilitar o acesso seriam implantadas pontes de ligação e faixas de pedestres entre o local e a Avenida dos Andradas.



A mudança não seria desfavorável aos atuais usuários daquele ambiente, pois poderia continuar servindo-os para a prática de exercícios físicos, esportes e lazer, com um espaço agradável, arborizado e com um contato maior com o rio, no caso limpo e tratado.

Mapa de localização.

sábado, 10 de abril de 2010

Proposta de intervenção no Rio Arrudas - 1° Apresentação



A proposta é de adaptação do espaço próximo ao rio para a transfêrencia da Feira de Artesanato que acontece aos domingos na Avenida Afonso Pena. A Feira é um importante evento na cidade, um atrativo turístico que valoriza o local onde está inserido à medida que recebe vários visitantes. Com a presença da feira aos domingos o contato das pessoas com o Rio Arrudas será maior, permitindo uma maior valorização daquele espaço e maior valorização também do próprio rio por parte dos moradores e dos turistas, que muitas vezes passam pela cidade sem perceber a presença do rio.



Nos dias de semana o ambiente pode continuar a servir a população que já faz uso daquele espaço para a pratica de exercícios físicos, esportes ou mesmo o para lazer, com um espaço agradável, arborizado e com um contato maior com o rio, no caso limpo e tratado.

Alunas Suellen Ribeiro e Raíssa Delamora

sábado, 3 de abril de 2010

Rio Halikko - Finlândia


No rio Halikko na Finlândia, arquitetos construíram "o moinho". Originalmente foi proposto para a “Arte verde”, uma exposição de arte ecológica da paisagem, na Finlândia. O projeto é de abrigos para remadores de caiaque que ficam instalados em cada lado da margem do rio. No centro do rio há um moinho de coleta de energia que é gerada a partir da correnteza.

Quem já praticou uma longa viagem de canoa ou caiaque, vai reconhecer isso como uma boa idéia. Um descanso coberto e talvez com um pouco de eletricidade para carregar a câmera ou o telefone.

O moinho só não fornecer abrigo, mas recolhe a energia do rio que flui e contribui para a melhoria do meio ambiente. Projetos como este servem não apenas para inspirar outros designers, mas também podem ser explorados para incentivar o turismo ecológico em lugares como a Finlândia, onde os rios e os lagos são mais do que o número de pessoas. O Moinho definitivamente demonstrou ser um exemplo de desing sustentável, chique e economicamente viável...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Brasília por um Autor-Arquiteto - Prof. Altamiro



Num gesto primário de quem marca o encontro de dois eixos, Lúcio Costa planejou uma Brasília moderna, voltada para o futuro com um conceito simples e de fácil entendimento.

Separando as funções administrativas das cotidianas, através dos dois eixos, monumental e rodoviário, revelando uma cidade especializada internamente, marca da monofuncionalidade encontrada em políticas de planejamento urbano. O plano compõe as áreas residenciais através de super-quadras, atendidos por comércio e serviços; uma interação das divisões urbanas (a monumental, a residencial/comercial, a administrativa) com uma estrutura viária integradora, livre de cruzamentos; um modelo residencial inovador; a orla do lago ampla e desobstruída; a importância do paisagismo densamente arborizado; um destaque para o céu valorizando o projeto; e o não alastramento suburbano através da criação de cidades satélites e zonas rurais interligadas.

Mas planejar uma cidade significa, acima de tudo, prever que a mesma crescerá a exemplo de outros grandes centros urbanos. Com a construção da nova capital, promessas de emprego e vida melhor, a migração para o Distrito Federal foi inevitável. O planejamento urbanístico de Lúcio Costa previa 500 mil habitantes no ano 2000, ano no qual a cidade chegou a 2 milhões de habitantes, quatro vezes mais que o planejado.

Com o crescimento do número de migrantes e com a área residencial sendo destinada essencialmente para os funcionários públicos, Brasília enfrenta um de seus primeiros dilemas: enquanto o Plano Piloto concentrava atividades políticas e econômicas e populações de alta renda, combinação que se refletia também em uma concentração de empregos, as cidades satélites abrigavam parcelas cada vez maiores de população e se caracterizavam como cidades-dormitórios, meros assentamentos de trabalhadores da nova capital federal.

Nas cidades brasileiras em geral a densidade demográfica diminuía do centro para os bairros, como era previsto no projeto, mas o Plano Piloto permaneceu com inúmeros vazios, enquanto o número de habitantes tornou-se maior nas cidades satélites. Características encontradas em outras cidades planejadas, como Belo Horizonte, com propostas urbanísticas semelhantes. O caráter de centralidade do Plano Piloto crescia à medida que se desenvolvia, aumentando a dependência das satélites à essa concentração administrativa, comercial e do lazer dos habitantes da Capital.

Os projetos arquitetônicos destaques da cidade, em maioria de autoria de Oscar Niemeyer, acompanham os objetivos do Urbanista Lúcio Costa, e revelam os interesses políticos e administrativos da nova Capital. Com grandes gramados verdes, avenidas largas e espaços vazios ao longo da cidade, as funções são bem divididas no contexto urbano. À medida que essas características, apoiadas pela monumentalidade dos edifícios, cria lugares dando a esses espaços um sentido e uma identidade que o homem cria com eles; elas também criam não-lugares, espaços que se analisados pela relação que os indivíduos têm com esse espaço, não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico, construídos para certos fins (comércio, transporte e o lazer), mas que criam uma tensão solitária.

“Os não-lugares da modernidade passam a ser lugares onde as pessoas têm o seu comportamento padronizado (...) lugares que servem como meio para nossos fins, locais de passagem.”



Para imaginar uma Brasília que poderia ter sido diferente alguns dos projetos urbanos para a nova capital que concorreram com o de Lúcio Costa, em concurso para escolha do Plano Piloto de Brasília:

- Em segundo lugar ficou o projeto de Boruch Milman, João Henrique Rocha e Ney Fontes Gonçalves.




"Previa uma cidade governamental com desenvolvimento controlado (máximo de 768.000 hab.) e satélites urbanos cujo crescimento seria de flexibilidade ilimitada. Foi suposto que em 2050 a cidade teria 673.000 habitantes. "

- Em Terceiro lugar ficou o projeto de Rino Levi, Roberto Cerqueira Cesar e L.R. Carvalho Franco.



"Não previa satélites. A população máxima prevista era a mesma do edital do concurso (500.000 hab.). Edifícios residenciais gigantescos, com 16.000 residentes cada um com seis setores de 3 superblocos, com uma população total, apenas nestes 18 edifícios, de 288.000 pessoas. Cada bloco teria centenas de metros de altura, e utilizaria 60.000 toneladas de aço.

Uma cidade para se andar a pé. Como a maioria da população seria concentrada num raio de pouco mais de 1 km, previa-se que o acesso dos residentes dos superblocos à maioria dos edifícios públicos seria feita a pé. "O uso da marcha a pé em maior escala que nas outras cidades traria uma multiplicação dos contatos entre a população, unindo o indivíduo à sua comunidade."

Fontes e citações:

http://egal2009.easyplanners.info/area05/5158_da_Costa_Frazao_Dulciene.pdf
www.arquitetura.eesc.usp.br/revista_risco/Risco5-pdf/art_1_risco5.pdf
http://herancacandanga.blogspot.com/

quarta-feira, 24 de março de 2010

Garimpo de Belo Horizonte - Prof. Hamilton

Muitos são os fatores que determinam uma cidade. As diferenças, contrastes, particularidades de cada lugar caracterizam o espaço urbano, suas interações e ajustes ao longo do tempo.

As necessidades que surgem a cada dia determinam uma composição de espaços com suas diferentes funções dentro do contexto urbano. Como uma capital, Belo Horizonte possui a imagem de cidade desenvolvida, o que atrai muitas pessoas que percebem na cidade a possibilidade de um emprego melhor ou oportunidade nos estudos, o que proporciona uma heterogeneidade na composição desse espaço e permite que se faça uma análise do espaço, introduzindo alguns conceitos facilmente identificados na cidade.
Cada lugar com sua determinada função e obrigação de atender às necessidades de seus componentes formam espaços que apesar de próximos fisicamente, se tornam partes distantes em suas características ou funções, espaços heterotópicos. Do mesmo modo a cidade cria isotopias, partes comparáveis do espaço, que se aproximam em suas características.

Um exemplo de heterotopia seria a questão do contraste social e/ou visual encontrado em algumas áreas da cidade, componentes diferenciados dividindo o mesmo ambiente. Ou talvez a herança histórica registrada nas ruas da cidade. Prédios mais antigos, como as Igrejas, que se misturam a arquiteturas contemporâneas de diferentes características. São construções que têm a propriedade de atribuir novas significações aos espaços, que se instauram em um lugar como diferença em relação à realidade do ambiente.

Imagens da Igreja de Lourdes, se destacando com sua arquitetura histórica em meio a várias construções contemporâneas , e de duas realidades sociais distintas dividindo a mesma paisagem, de um lado o Bairro Santo Antônio e do outro o Morro do Papagaio.

Já alguns bairros servem com exemplos de espaços isotópicos dentro da cidade.

Imagem da Comunidade Alto Vera Cruz à esquerda e Morro do Papagaio à direita. Bairros que se encontram em diferentes pontos da cidade, mas que se assemelham em suas características e apresentam condições de vida similares.

Uma análise mais abrangente das isotopias da cidade seria compará-la a uma outra capital qualquer. Com ruas, avenidas, Shopping Centers, que se assemelham não só em suas características físicas, como também em sua funcionalidade. Como exemplo os aeroportos de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro.

Imagens do Aeroporto Internacional de Confins e do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, próximos em sua arquitetura e funcionalidade.

Entre as isotopias e heterotopias encontramos os espaços neutros, lugares de passagem, avenidas, cruzamentos, que fazem a separação/união entre esses ambientes.

Na imagem a Avenida Afonso Pena separando duas realidades: o Parque Municipal e os edifícios.

É importante lembrar o caráter dinâmico e relativo desses conceitos. A constante mudança do espaço e das relações que nele ocorrem, de acordo com os interesses, necessidades e possibilidades de mudança, permitem diferentes olhares a respeito de um mesmo ambiente. Um bairro nobre pode ser isotópico em sua unidade e, estando cercado por bairros de níveis sociais mais baixos, seja analisado como uma heterotopia inserindo uma diferença naquele ambiente.