quarta-feira, 24 de março de 2010

Garimpo de Belo Horizonte - Prof. Hamilton

Muitos são os fatores que determinam uma cidade. As diferenças, contrastes, particularidades de cada lugar caracterizam o espaço urbano, suas interações e ajustes ao longo do tempo.

As necessidades que surgem a cada dia determinam uma composição de espaços com suas diferentes funções dentro do contexto urbano. Como uma capital, Belo Horizonte possui a imagem de cidade desenvolvida, o que atrai muitas pessoas que percebem na cidade a possibilidade de um emprego melhor ou oportunidade nos estudos, o que proporciona uma heterogeneidade na composição desse espaço e permite que se faça uma análise do espaço, introduzindo alguns conceitos facilmente identificados na cidade.
Cada lugar com sua determinada função e obrigação de atender às necessidades de seus componentes formam espaços que apesar de próximos fisicamente, se tornam partes distantes em suas características ou funções, espaços heterotópicos. Do mesmo modo a cidade cria isotopias, partes comparáveis do espaço, que se aproximam em suas características.

Um exemplo de heterotopia seria a questão do contraste social e/ou visual encontrado em algumas áreas da cidade, componentes diferenciados dividindo o mesmo ambiente. Ou talvez a herança histórica registrada nas ruas da cidade. Prédios mais antigos, como as Igrejas, que se misturam a arquiteturas contemporâneas de diferentes características. São construções que têm a propriedade de atribuir novas significações aos espaços, que se instauram em um lugar como diferença em relação à realidade do ambiente.

Imagens da Igreja de Lourdes, se destacando com sua arquitetura histórica em meio a várias construções contemporâneas , e de duas realidades sociais distintas dividindo a mesma paisagem, de um lado o Bairro Santo Antônio e do outro o Morro do Papagaio.

Já alguns bairros servem com exemplos de espaços isotópicos dentro da cidade.

Imagem da Comunidade Alto Vera Cruz à esquerda e Morro do Papagaio à direita. Bairros que se encontram em diferentes pontos da cidade, mas que se assemelham em suas características e apresentam condições de vida similares.

Uma análise mais abrangente das isotopias da cidade seria compará-la a uma outra capital qualquer. Com ruas, avenidas, Shopping Centers, que se assemelham não só em suas características físicas, como também em sua funcionalidade. Como exemplo os aeroportos de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro.

Imagens do Aeroporto Internacional de Confins e do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, próximos em sua arquitetura e funcionalidade.

Entre as isotopias e heterotopias encontramos os espaços neutros, lugares de passagem, avenidas, cruzamentos, que fazem a separação/união entre esses ambientes.

Na imagem a Avenida Afonso Pena separando duas realidades: o Parque Municipal e os edifícios.

É importante lembrar o caráter dinâmico e relativo desses conceitos. A constante mudança do espaço e das relações que nele ocorrem, de acordo com os interesses, necessidades e possibilidades de mudança, permitem diferentes olhares a respeito de um mesmo ambiente. Um bairro nobre pode ser isotópico em sua unidade e, estando cercado por bairros de níveis sociais mais baixos, seja analisado como uma heterotopia inserindo uma diferença naquele ambiente.

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