sexta-feira, 2 de julho de 2010

Hertzberger+Jane Jacobs+Intervenções em vagas de estacionamento

Analisando a participação do arquiteto como criador e articulador dos espaços, percebemos sua importância e a importância do compromisso com seu papel na sociedade, a medida que sua atuação estará sempre influenciando, de alguma maneira, na situação das pessoas. Em Lições de Arquitetura, Hertzberguer nos mostra como a arquitetura, ou “tudo que se constrói”, pode desempenhar um papel na vida das pessoas.

As intervenções nos ambientes utilizados pelas pessoas, sempre repercutem de alguma maneira em suas relações sociais, de maneira que não se tem total liberdade para criar e projetar livremente. Seus projetos precisam estar sempre adequados às várias situações possíveis, pensando nas conseqüências que trará as pessoas.
O autor destaca a importância de se pensar os espaços e suas diferentes formas de uso, expandir as possibilidades do seu projeto, tornando-o mais útil e organizando os ambientes para que sejam, mais que favoráveis ao seu objetivo, favoráveis a vários objetivos.

Criando espaços adaptados demais a um objeto, corremos o risco que ele se torne exclusivo àquele fim. Nesse sentido Jane Jacobs traz uma crítica em seu livro “Morte e vida das grandes cidades”, aos pensamentos modernistas para as cidades, afirmando a necessidade de se buscar uma diversidade urbana, abrir espaço para que novas funções possam gerar presença de pessoas em diferentes horários, ao contrário da separação funcional adotada pelos urbanistas modernos da época.

Jane aponta, nos capítulos sobre os usos das calçadas, as maneiras de se apropriar dos lugares mostrando como espaços podem ganhar diferentes funções de acordo com as necessidades e possibilidades percebidas por seus usuários.

Pensando no caráter multifuncional que os ambientes podem possuir e nas diferentes formas de apropriação dos espaços, é possível analisar a proposta de diferentes utilizações para as vagas de estacionamento, que quando explorada a fundo oferece interessantes alternativas para espaços que a princípio se encaixam perfeitamente nos conceitos abordados por Hertzberger, espaços que aparentemente existem para um objetivo específico e são inadequados para outros fins.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Magnolia Row - David Baker

Casa modelada para o Caderno Técnico...

Receita Horta Urbana


Para o Caixote de madeira
Material:
• 2 tábuas de 0,15m de largura e 0,02m de espessura
• 1 folha de madeirite
• Pregos
• 4 Rodas que suportem 30kg
• 16 Parafusos
• Tela fina

Ferramenta:
• Serrote
• Martelo
• Furadeira
• Chave de fenda ou chave filips

Modo de execução
A tábua tem 3,0m de comprimento (padrão) então se deve cortar uma delas em dois pedaços de 1,5m e a outra em dois pedaços de 0,40m. Logo após pregar essas tábuas umas nas outras formando uma moldura de 1,5m x 0,40m x 0,15m e depois deixar em um canto.


O madeirite tem a dimensão de 2,2m x 1,1m e deverá ser cortado no tamanho 1,5m x 0,40m para depois ser pregado na moldura. Vire o caixote pronto e fure o fundo com a broca de 0,02m para que a água do canteiro escorra, a quantidade de buracos é indeterminada, pode ser ao seu gosto.

O próximo passo é colocar as rodinhas, com o caixote ainda virado. A roda deve ficar a 0,08m da extremidade em relação ao lado mais comprido e 0,20m da extremidade em relação ao lado mais estreito.

Desvire o caixote e tampe os buracos feitos com telas para que a terra não caia. Pronto, ele está pronto para receber a horta.

Para ocupar uma área de 5,0m x 2,5m são necessários seis caixotes como esses.

Plantando a horta
Pensando em uma maior durabilidade dos caixotes, eles podem ser forrados por dentro com plástico, por exemplo, para que a água e a terra não entrem em contato direto com a madeira, lembrando de fazer também os furos no plástico, para que a água possa escoar. Para o plantio das hortaliças são necessários em média 15 kg de terra para cada caixote. O primeiro passo é espalhar a terra até uma altura de aproximadamente 10 cm, adicionar cerca de 2 kg de esterco e em seguida deixá-la bem úmida. Podem ser plantadas mudas ou sementes, as sementes são facilmente encontradas em feiras, lojas de produtos agrícolas ou mesmo supermercados. Cada semente possui uma maneira de plantio, geralmente as sementes são espalhadas em fileiras com espaçamento de 40 cm entre elas e com apenas 1cm de profundidade, mas estas indicações geralmente aparecem na própria embalagem das sementes.

O tempo para o crescimento também varia de hortaliça para hortaliça. Por exemplo, a alface brota em mais ou menos 6 dias e já a couve demora um pouco mais para brotar, em média 10 dias.

Para o plantio de mudas, cave uma pequena cova e coloque a muda com cuidado, evitando a quebra de raízes, cobrindo a base com um pouco de terra. Aperte levemente a terra ao redor da muda para acomodá-la.

Com o plantio concluído é só escolher a localização onde a Horta Urbana será instalada e arrastar os caixotes com cuidado até o local escolhido. É importante para as plantas pegarem um pouco de sol pela manhã ou final da tarde, o sol muito forte pode prejudicá-las. Lembre-se que a rega é altamente recomendável, sempre que possível. Mas, nos primeiros dias devemos regar bem, porém com uma lâmina bem fina de água, nunca jogando jatos diretamente sobre as sementes ou mudas


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Inhotim

Inhotim é um espaço único onde a arte divide a atenção com paisagem, composta por uma extensa área de jardins botânicos com uma coleção de espécies raras e um acervo artístico de grande importância. Obras de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidas em galerias espalhadas pelo espaço de 486 mil m² e divididas em galerias permanentes e temporárias.

Com foco na arte contemporânea produzida a partir dos anos 1960 até hoje, o acervo abrange escultura, instalação, pintura, desenho, fotografia, filme e vídeo.

O espaço em Inhotim apresenta uma articulação diferenciada para abrigar sua função de museu apresentando a ausência de um percurso linear preestabelecido ou de ordem obrigatória. As trilhas propõem percursos livres, com curvas ou passagens que trabalham com a surpresa, despontando subitamente novas perspectivas.Outro diferencial deste espaço museológico é a proposta de diferentes espaços expositivos, a medida que as obras estão expostas ao ar livre, espalhadas pelos jardins e vários outros ambientes a céu aberto ou nas galerias, espaços fechados construídos especialmente para abrigá-los, o que proporciona uma experiência única com esse misto de espaços abertos e fechados.


Galeria permanente que reúne exclusivamente obras da artista plástica Adriana Varejão.

Exposição temporária Continente Nuvem da artista Rivane Neuenschwander.

“RIVANE NEUENSCHWANDER CONTINENTE/NUVEM 2008
A obra de Rivane Neuenschwander está instalada numa pequena casa de fazenda de 1874, a mais antiga construção remanescente da propriedade rural que deu origem ao Inhotim. Continente/Nuvem (2008) é uma obra cinética que ocupa totalmente o teto da casa. A obra consiste em pequenas bolas de isopor que se movem aleatoriamente sobre um forro transparente, ativadas por circuladores de ar. Esse estímulo cria formas abstratas monocromáticas que aludem ao mesmo tempo a mapas e ao movimento das nuvens no céu.”


Conta também com diversas obras de arte espalhadas pelos jardins, expostas a céu aberto.

“EDGARD DE SOUZA ESCULTURAS
Para Inhotim, o artista criou uma instalação a partir de três de suas esculturas mais importantes, agrupando-as pela primeira vez em meio ao jardim, formando uma espécie de piazzetta. Executadas ao longo da última década,
estas estátuas de bronze representam uma figura masculina baseada no corpo do próprio artista, em poses abstratas, impossíveis e fragmentadas, evocando a história da arte e dos jardins e um paraíso perdido.”

A variedade de plantas faz de Inhotim um local onde se encontra uma das maiores coleções botânicas do mundo contando com espécies raras. Parte do projeto paisagístico foi criado pelo paisagista Burle Marx que está ligado ao movimento da Arquitetura Moderna Brasileira, iniciado nos anos 30, que trouxe para os seus projetos ,não apenas em Inhotim, grande número de plantas nunca utilizadas anteriormente, e com a característica de explorar as cores das plantas e também outros materiais que compõem um jardim como pedras, água e areia entre outros. Atualmente são cultivadas, no jardim botânico Inhotim, mais de 4.000 espécies de plantas. Essa diversidade de espécies vegetais faz do Inhotim um espaço único, tornando-o um excelente ambiente para a difusão de valores ambientais e promovendo a sensibilização popular pela preservação da biodiversidade.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Disse que me disse...

Móveis em papel
Ter móveis em papel ou papelão é a última tendência do mercado decorativo. A onda ecológica do politicamente correto tem pesado na escolha dos consumidores, levando empresas e arquitetos a buscar soluções inovadoras e ecológicas. A demanda por móveis em papel e papelão reciclados são indício da necessidade de se buscar alternativas que não afetem tanto a natureza.

Cadeira de Frank Gehry

A praticidade das peças é outro ponto a favor do novo material, que podem ser dobráveis que podem ser guardadas com facilidade economizando espaços.

As peças produzidas com papel reciclado são criativas e fáceis de limpar, pois são impermeáveis, muitas vezes são leves, mas tão resistentes quanto a madeira e sua montagem não necessita de qualquer ferramenta para ser concluída.


Mesa de David Graas

“Só que as peças precisam de cuidados especiais pois, apesar de serem resistentes, tem a sua durabilidade muito menor se comparadas a outros tipos de materiais, além de oferecer pouca resistência à umidade.”

Cadeira Flexible Love


A cadeira Flexible Love é uma invenção do designer de Taiwan Chishen Chiu, que se inspirou num acordeão, aquele instrumento musical sanfonado. Feita com madeira e papel, ela é 100% reciclável. Com seu formato, se adapta a qualquer tipo de ambiente, e é vendida em outros modelos e tamanhos.

Vídeo

Site

Outros trabalhos:

David Graas

Waybasics

Paper.art

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Alguns Projetos de Archigram

Walking City


Walking City ou Cidade Andante é uma proposta de uma cidade nômade em que a infra-estrutura urbana não estaria vinculada a um local específico. Uma arquitetura sem fundações e sem raízes, constituída por grandes estruturas com pernas, que se deslocam em constante movimento. Uma cidade sem lugar fixo, adequada para viajantes e nômades.

Abandonando as fronteiras e os limites em favor de um estilo de vida nômade com edifícios itinerantes que viajam por terra e mar, possibilitando que culturas diferentes e informações sejam compartilhadas.



Batiment Public


Projeto para a construção de um parque de diversões público em Monte Carlo, Mónaco, foi o projeto vencedor do concurso lançado pelo principado de Mônaco em maio de 1969. O que fundamentalmente destacava a proposta do Archigram era a decisão de enterrar o edifício, construindo em subsolo todas as partes definitivas deste equipamento e deixando livre o terreno para que um parque público pudesse ser oferecido à comunidade.

A parte subterrânea seria tecnológica. O concurso previa que o epreendimento deveria ter um caráter multifuncional, com um edifício que pudesse ser utilizado para praticamente qualquer atividade, como realização de espetáculos artísticos, shows, circos, exposições, festas e recepções, eventos esportivos. A questão foi resolvida repartindo os serviços e facilidades em um conjunto de elementos pré-fabricados móveis.

“O que Archigram propunha era um “edifício-instrumento”, um esquema que partia da idéia da “caixa de ferramentas” escondida sob o parque, que poderia ser manipulada de múltiplas maneiras para transformar-se em “praticamente qualquer coisa” (Archigram, 1972). A cota mínima edificada deveria coincidir com o nível do mar, e o edifício se desenvolveria basicamente em pavimento único.” (http://www.arquiteturarevista.unisinos.br/pdf/ART01_Cabral.pdf)

Sobre o grupo Archigram

“O Archigram surgiu a partir de alguns estudantes de arquitetura e urbanismo recém graduados que se reuniram para publicar uma revista ilustrada de caráter contestatório e provocativo, também denominada Archigram. Um nome que vem da junção entre as palavras architecture e telegram. A idéia era lançar uma publicação que fosse mais simples e mais ágil que uma revista comum e que tivesse a instantaneidade de um telegrama. Esta publicação mesclava projetos e comentários sobre arquitetura com imagens gráficas, cuja referência vinha do universo pop da TV, do rádio e das histórias em quadrinhos, como os space-comics, por exemplo. A linguagem utilizada na programação visual da revista era a da bricolage, através da justaposição de desenhos técnicos, artísticos, fotografias, fotomontagens e textos. Com esta publicação eles instauraram uma crítica irônica e radical às convenções e aos procedimentos estabilizados. Os questionamentos levantados em seus artigos eram uma reação contra a obviedade e a monotonia no processo de representação e de criação arquitetônica.

Segundo Dominique Rouillard, o Archigram foi talvez o primeiro grupo de arquitetos a se lançar no mercado como um produto da mídia. A arquitetura do grupo Archigram era pensada como um fenômeno de comunicação e representada através de diversos recursos comunicacionais. As idéias, propostas e objetos arquitetônicos criados pelos seus membros foram difundidos de maneira estratégica. Além da revista, eles propagaram o resultado de suas criações em exposições, através de happenings, instalações e outros meios que hoje são comuns, mas que na época era o que havia de mais novo no universo das artes e das comunicações. Eles souberam como nenhum outro profissional da época traduzir seus projetos e idéias em linguagem contemporânea (2).” (http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.048/585)


Site Archigram: http://archigram.westminster.ac.uk/